EXERCÍCIOS
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Vamos experimentar alguns exercícios para podermos identificar qual mediunidade que cada um possui; falante, auditiva ou outra qualquer.
É depois de muitas sessões que nossa mediunidade se revelará; geralmente, precisamos procurar, pelo exercício, qual delas devemos desenvolver; a prática do dirigente dos trabalhos será um auxílio valioso, porque ele nos orientará ora num sentido ora noutro, até que a encontremos. Durante algum tempo faremos exercícios de mediunidade falante, depois da auditiva, e assim por diante, até que se manifeste uma para a qual tenhamos facilidade; então, abandonaremos as outras e nos dedicaremos somente a ela. Nunca pretendamos desenvolver várias mediunidades; uma única é o suficiente; quem quiser mais que uma, arrisca-se a não ter nenhuma.
1- Começamos por aprender a concentração.
Concentrar-se significa pensar em uma só coisa; habituemo-nos a fixar o pensamento e não deixá-lo vagar. Quando nós nos sentarmos à mesa, esqueçamos completamente o que nos sucedeu durante o dia; libertemo-nos das preocupações; fixemos nosso pensamento unicamente em Deus, nosso Pai, e por meio de uma prece fervorosa peçamos-lhe que permita que um espírito bondoso se interesse por nós e nos ajude em nosso desenvolvimento.
2 - Como desenvolver a mediunidade falante:
Feita a concentração, o dirigente da sessão pedirá a um espírito que se encarregue do desenvolvimento do futuro médium, dizendo mais ou menos o seguinte: - O irmão que quer desenvolver nosso irmão Fulano manifeste-se em nome do Senhor! Dedicará uns cinco minutos a cada médium em desenvolvimento e fará três ou quatro pedidos durante esse tempo. Notando que o médium está sendo influenciado pelo espírito, procurará travar conversação com ele.
A principal dificuldade a vencer consiste em fazer com que o médium não segure a comunicação. Quase todos os médiuns em desenvolvimento não deixam que o espírito fale, apesar de atuados, o que atrasa muito o desenvolvimento. Logo que o médium deixar que o espírito fale livremente, o desenvolvimento se operará com facilidade. Quando o espírito começa a atuar, o médium sente a sensação de um leve choque elétrico, que lhe percorre o corpo e o faz estremecer; a respiração se acelera e o coração pulsa mais rápido; parece que alguma coisa lhe envolve a cabeça; uma porção de pensamentos lhe aflui ao cérebro e é tomado de um grande desejo de repetir em voz alta esses pensamentos.
No começo o médium julga que esses pensamentos são seus e, por isso, reprime a manifestação do espírito; não deve reprimi-la; deve falar, repetir o que o espírito está ditando. Terminada a manifestação, o espírito se retira e o médium volta ao seu estado normal. As primeiras comunicações são palavras soltas e frases quase que sem sentido; com o progredir do desenvolvimento, a comunicação se tornará concatenada até se transformar em preleções e conversações com os presentes.
3 - Como desenvolver a mediunidade audiente:
Esta mediunidade, para ser desenvolvida com êxito, exige muita sinceridade da parte do médium, porque só ele ouve o que o espírito quer transmitir. O médium concentra-se. O diretor dos trabalhos fará o seguinte pedido: - O irmão que quer desenvolver nosso irmão Fulano pode ditar-lhe que ele nos repetirá suas palavras. Com o decorrer dos exercícios, o médium irá ouvindo os espíritos; distinguirá a voz de cada um e reconhecerá a muitos; poderá conversar com eles, dirigindo-lhes perguntas pelo pensamento, às quais eles responderão. É preciso ter o cuidado de não dar ouvidos a irmãos inferiores; insinuam-se com graçolas ou palavras vaidosas e, quando percebem que o médium se compraz em ouvi-los, tornam-se companheiros irritantes e difíceis de serem evitados.
4 - Como desenvolver a mediunidade vidente:
Para desenvolver-se esta mediunidade, procede-se da seguinte maneira: concentrados, procuramos ver, ora com os olhos abertos ora com eles fechados. Depois de continuados exercícios, principiaremos a perceber qualquer coisa, como que uma névoa rala e luminosa; essa névoa, aos poucos, adquirirá forma até que distinguimos os traços dos espíritos que estão presentes. A visão mental se apresenta ao médium como se ele estivesse revendo alguém em pensamento. A princípio são apenas imagens vagas que se tornarão nítidas à medida que o desenvolvimento progride.
5 - Como desenvolver a mediunidade intuitiva:
O médium mune-se de papel e lápis e concentra-se. Em seguida anotará todos os pensamentos que lhe aflorarem ao cérebro. Os primeiros pensamentos que consegue receber dos espíritos são confusos, frases sem nexo, palavras soltas. É comum o médium julgar que tais pensamentos são seus; não importa, deve escrevê-los e depois analisá-los. Com o progredir do desenvolvimento, os pensamentos afluirão cada vez mais claros e precisos e, com a prática, o médium facilmente distinguirá o que é seu do que é dos espíritos.
6 - Como desenvolver a mediunidade inspirada:
O desenvolvimento da mediunidade inspirada difere radicalmente do das outras mediunidades. Na mediunidade falante, os espíritos se servem dos órgãos vocais do médium; na escrevente, da mão; na audiente, dos ouvidos; na vidente, dos olhos; na intuitiva, do cérebro; na mediunidade inspirada, os espíritos se utilizam da inteligência e do saber do médium. Os espíritos inspiram ao médium sómente o que está ao alcance de sua compreensão; deduzimos, por conseguinte, que quanto mais cultivada estiver a inteligência do médium tanto mais inspirado será. Para cultivar a inteligência e aparelhar-se para ser um bom médium inspirado é preciso ler muito; fazer da leitura dos bons livros um hábito; estudar profundamente o Espiritismo e o Evangelho. A tarefa dos médiuns inspirados é pregar o Evangelho e ensinar o Espiritismo. Estudando, pregando e ensinando, o médium será facilmente inspirado pelos espíritos que lutam pelo progresso espiritual da humanidade.
Irmãos de fé tenham paciência, ira se desenvolver com a pratica e com o tempo.