Sinais de mediunidade
O fato de não sentir nenhuma vibração não implica que uma pessoa seja desprovida de mediunidade. Acontece que muitas vezes a mediunidade não é despertada até que uma energia qualquer somada com a vontade e dedicação do médium, aflorem essa sensibilidade.
Existem pequenos sinais que são típicos de quem é médium. O primeiro deles é o medo dos fantasmas, o mundo paralelo. Se ele crê nisso é porque pressente a existência deles, não deixando de ser um sinal de fé. Arrepios, palpites, adivinhações, telepatia e outros dons semelhantes são outras indicações de mediunidade. Conheci vários médium que faziam parte da corrente e não sentiam a mínima vibração e que, após anos, acabaram se tornando excelentes médiuns de incorporação e consulta. O interessante é que o médium precisa de uma religião, seja ela qual for.
Existem pessoas espiritualistas que negam os sinais de mediunidade. Essas pessoas, por comodismo, dizem que acreditam em Deus e isso lhes basta. No fundo são médiuns, mas também pessoas medrosas que não têm a coragem de negar a existência do Criador, não por ausência de uma cultura religiosa, mas por inequívoca demonstração de recusa de um vínculo com as obrigações de um compromisso religioso.
Também existem os que sentem as manifestações dos espíritos perto de si, mas que vão em busca das religiões para negarem a incômoda presença de um espírito perto de si.
Existem manifestações de espíritos em médiuns latentes tão impressionantes que se a família tiver preconceito em relação ao fenômeno mediúnico, acaba levando o sujeito aos médiuns e até à internação em hospitais psiquiátricos.
A mediunidade em um médium novo
O médium novo é ávido da espiritualidade que conhece por meio da participação nos trabalhos de um grupo. Pai Fernando toma como exemplo de um médium comum, aquele que não tem nada lhe incomodando ou prejudicando ou que o faça procurar cura na atividade mediúnica. É o médium que gostou e se empolgou com a religião e algo lhe puxa para dentro da corrente. Alguma coisa dentro do seu coração que lhe induz a acreditar nos espíritos.
O médium entra tímido, sente-se deslocado e algumas vezes até envergonhado, achando que todas as pessoas do terreiro o estão observando. Começa assim até ficar mais solto e à vontade, quando sente a vibração do terreiro e das linhas espirituais que estão trabalhando. Como sente arrepios, tonturas e até mesmo um certo descontrole, incorpora e sai andando no terreiro sem saber o que fazer. Aqui quero explicar às pessoas que os dirigentes,de qualquer terreiro, estão observando e cuidando para que o médium não caia, não se machuque e muito menos se exceda na incorporação. é o que chamamos incorporação na vibração, ou seja, o espirito está ao seu lado, mas ainda não incorporou como devia.
Na Umbanda chama-se o médium de cavalo. É oportuno que os médiuns novos tenham em mente a imagem da doma e sua comparação com os desenvolvimento mediúnico:
"Um cavalo ainda não domado é separado para a doma". O domador. antes de montá-lo, com bastante paciência, ensina-o a usar o cabresto, o freio e com muita cautela põe sobre seu lombo a sela, para que ele sinta um leve peso, já o acostumando para finalmente ser montado. É o que acontece com o médium que incorpora na vibração. vale dizer que o treinamento do cavalo é longo, levando, às vezes, meses para que o domador possa montá-lo.
Com os médiuns é a mesma coisa: demora ; por isso tenham paciência, pois de repente, em qualquer momento, o espírito incorpora em sua totalidade, e da mesma forma que o cavalo vai sentir um peso mais forte, o médium vai sentir a presença do seu, com certeza maravilhoso, Orixá ou guia de Luz. Esse momento faz com que o médium passe a outra fase de seu desenvolvimento.
Fonte: Apostila, curso de iniciação a Umbanda Terreiro Pai Manêco